Como vai funcionar a norma do Ministério do Trabalho que obriga empresas a proteger a saúde mental dos funcionários 5f556

5q3e4v

Cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade, segundo estimativa da OMS e OIT

  • Por Renata Rode (colaboração para a Jovem Pan)
  • 12/06/2025 06h29 - Atualizado em 12/06/2025 16h03
  • BlueSky
Freepik Homem cansado com laptop no trabalho Saúde mental deixou de ser um tema secundário e ou a ser um pilar estratégico

A situação é preocupante em todo mundo, mas no Brasil acende um alerta. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade. No período pandêmico, esses índices de transtornos aumentaram 25% e deixaram sequelas, inclusive em profissionais que voltaram a trabalhar presencialmente.

Não é à toa que acompanhamos notícias de famosos sendo afastados de suas atividades por conta de sobrecarga de trabalho. Aliás, muitos, dividem com seguidores nas redes sociais o que aram e tratamentos que seguiram. Na “vida real”, ou seja, para pessoas anônimas, esse é um problema recorrente e sério. Tanto que, desde 26 de maio, entrou em vigor uma atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em agosto de 2024.

As organizações vão ter que incluir a avaliação de riscos psicossociais no processo de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e a exigência é resultado dessa alteração. A mudança destaca que riscos psicossociais, como estresse, assédio e carga mental excessiva, devem ser identificados e gerenciados pelos empregadores como parte das medidas de proteção à saúde dos mesmos.

A aplicação da atualização da lei na prática pelas empresas 85e3q

A especialista Samanta Padilha, Head de RH e gestão de pessoas do grupo BGB, afirma que é essencial que a corporação vá além da implantação do ajuste de lei. “É preciso correr atrás do prejuízo com comprometimento e intensidade. Empresas que se adaptarem mais rapidamente podem se destacar como exemplos de responsabilidade social e cuidado com o capital humano, fortalecendo sua imagem no mercado”.

Em entrevista exclusiva ao portal Jovem Pan, Padilha que é reconhecida como uma das Top 50 Executivas de RH pelo People and Health Executive Summit, é taxativa: “Sem saúde mental não somos nada. A saúde mental é nossa maior força e precisamos protegê-la todos os dias”, fala. Ela defende que toda reestruturação traz, de início, um desconforto. Porém, nesse caso, há vantagens a médio e longo prazo.

Samanta Padilha figura entre as 50 maiores Executivas de RH de acordo com o People and Health Executive Summit (Divulgação)

“A aplicação da nova lei traz efeitos colaterais benéficos como o incentivo à implementação de políticas internas de apoio emocional, a capacitação de gestores para lidarem com questões de saúde mental e a potencial redução de absenteísmo, turnover e custos relacionados a problemas emocionais, culminando ainda, na alimentação de um programa de acolhimento e incentivo constante ao colaborador”.

Saúde mental deixou de ser um tema secundário e ou a ser um pilar estratégico para as empresas que desejam ter equipes produtivas, engajadas, inovadoras e leais. “Hoje, é imprescindível que haja uma mudança de mindset e essa transformação precisa partir do topo da organização. Empresas que investem no bem-estar emocional dos seus colaboradores não apenas conseguem atrair e reter talentos, mas também fortalecem sua marca empregadora. Para isso, é fundamental que lideranças e equipes sejam sensibilizadas, treinadas e estejam abertas a discutir o tema de forma verdadeira e sem estigmas. Afinal, a questão não é mais ‘se’ a saúde mental deve ser prioridade, mas sim quando e como ela será efetivamente trabalhada na prática, criando uma cultura mais saudável e melhor para todos”.

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Mas o que fazer quando a instabilidade econômica amplifica a sensação de insegurança, contribuindo para o aumento de níveis de ansiedade, medo e impotência? Apressar o processo de adequação para evitar danos maiores. “A ansiedade provocada pela instabilidade econômica tem um impacto direto na nossa capacidade de tomar decisões com clareza e segurança. O medo do futuro, muitas vezes diminui o foco do colaborador, prejudicando tanto sua produtividade quanto sua satisfação no trabalho. Por isso, é fundamental que as empresas assumam para ‘ontem’ o papel ativo na criação de ambientes seguros psicologicamente falando com e emocional”, finaliza Samanta.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para s. Assine JP .