Haddad afirma que medidas fiscais para substituir IOF atingem ‘moradores da cobertura’ 146l5v

5q3e4v

Governo propõe o fim da isenção de Imposto de Renda para aplicações como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs e elevação da alíquota de apostas esportivas

  • Por da Redação
  • 11/06/2025 10h49 - Atualizado em 11/06/2025 13h04
  • BlueSky
Mateus Bonomi/Agif – Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo Haddad e Hugo Motta Haddda afirma que considera as medidas fiscais do governo 'muito mais estruturais e justas do ponto de vista tributário'

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as medidas fiscais propostas pelo governo têm como objetivo promover justiça tributária e afetam principalmente pessoas de alta renda, como investidores do mercado financeiro e apostadores de plataformas esportivas. Segundo ele, as mudanças não impactam a população de baixa e média renda. Entre as propostas em análise, está o fim da isenção de Imposto de Renda para aplicações como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs — que arão a ser tributadas em 5% nas novas aplicações. Também está prevista a elevação da alíquota de apostas esportivas, de 12% para 18%. As medidas fazem parte do pacote do governo para compensar perdas com a desoneração da folha de pagamento.

“Essas medidas atingem os moradores de cobertura. Pegam só gente que tem muita isenção fiscal, todas envolvem bets e mercado financeiro, não mexem com o dia a dia da população”, declarou Haddad durante entrevista coletiva em Brasília. “Eu considerei as medidas muito mais estruturais e justas do ponto de vista tributário.”

O ministro reforça também a defesa da reforma do Imposto de Renda. O novo modelo isenta quem ganha até R$ 5.000 mensais e aumenta a alíquota para pessoas com rendas mais altas. De acordo com Haddad, quem recebe mais de R$ 1 milhão por ano paga hoje uma alíquota efetiva de apenas 2,5%. Com a proposta de cobrança de 10% sobre rendimentos acima de R$ 600 mil anuais, o governo projeta arrecadar recursos suficientes para reduzir ou até isentar o tributo de até 15 milhões de brasileiros. “É como se o Brasil fosse um condomínio onde só os moradores de baixo pagam a taxa, enquanto os da cobertura estão isentos. Isso precisa mudar.”

Haddad também defendeu o corte de 10% nas renúncias fiscais concedidas a setores econômicos, incluindo a indústria e o agronegócio — que, segundo ele, recebe atualmente R$ 158 bilhões por ano em incentivos. Apesar da avaliação positiva do governo, representantes dos setores afetados alertam para os possíveis efeitos das medidas. Entre os impactos apontados estão o aumento no custo do crédito, a retração em financiamentos imobiliários e agrícolas, e reflexos no emprego e no crescimento da economia.

O ministro argumenta que as propostas contribuem para a estabilidade fiscal e para a queda dos juros e do dólar, além de garantir o cumprimento da meta de déficit zero em 2025 e superávit de 0,25% do PIB em 2026. “É isso que vai reorganizar a economia do Brasil, mantendo o crescimento médio em 3% e inflação em queda”, afirmou.

Haddad relatou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou a articulação política do governo com o Congresso. No domingo (8), líderes da Câmara e do Senado se reuniram no Palácio da Alvorada para debater o pacote fiscal. “Foi uma reunião histórica, com cinco horas de diálogo, todos comprometidos com o avanço do país”, disse o ministro.

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Por fim, Haddad destacou que o ajuste fiscal precisa ser acompanhado de revisão dos gastos públicos, mencionando temas como supersalários, aposentadorias militares e a judicialização de benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Segundo ele, o governo buscará diálogo com o Parlamento para avançar nessas pautas.

Publicada por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para s. Assine JP .